sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Museus e inclusão social - Texto Gabriela Aidar

O texto de Gabriela Aidar  parte do conceito de exclusão social, que, segundo ela, refere-se aos processos pelos quais um indivíduo, ou um grupo de indivíduos, encontra-se com acesso limitado aos instrumentos que constituem a vida social, e são, por isso, alienados de uma participação plena da sociedade em que vivem.
A exclusão pode acontecer em três níveis: exclusão dos sistemas políticos, exclusão de mercados de trabalho, exclusão de elos familiares e comunitários, resultando na deterioração das relações pessoais. Aidar  chama atenção para o fato de que o conceito de exclusão social tem sido usado como substituto para o conceito de pobreza, dentro de uma perspectiva na qual pode ser entendida também como uma cidadania incompleta.
Sobre a inclusão social nos museus, Aidar explica que esta pode dar-se em três níveis: individual, comunitário e societário.
O nível individual se refere ao impacto na vida pessoal que podem trazer as iniciativas desenvolvidas pelos museus, como o aumento da auto-estima, confiança pessoal ou sentimento de pertença.
No nível comunitário, as iniciativas dos museus fortalecerão as comunidades, a partir de iniciativas de regeneração ou renovação de vizinhanças carentes.
O nível societário refere-se a impactos mais amplos, ajudando a desenvolver sentimentos de pertença em grupos marginalizados.
Outro conceito muito interessante proposto por Gabriela Aidar é o de desenvolvimento de público, que, mais amplo que o conceito de inclusão social, propondo que as práticas museológicas de comunicação e acesso ao objetos sejam pensadas de forma a potencializar a vocação educativa do museu.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Aula com Luciano Lanner

Extremamente interessante a aula do Luciano Lanner sobre educação em museus. Baseando-se em experiências práticas vividas no museu Iberê Camargo, Luciano abordou com muita competência o assunto da educação através dos museus.

Luciano explicou que o Programa Educativo funciona como um grande mediador entre os interesses da instituição e os interesses do público, administrando os conflitos existentes entre os conceitos da museologia (de preservação) e os conceitos da educação (de disseminação), deixando claro que há, na prática,  um conflito entre o guardar e o mostrar.

Ao posicionar-se como instituição que objetiva ser uma instituição internacional de circulação de arte, destacam-se alguns agentes produtores de discursos:

O artista, produz um discurso poético através da sua obra. É interessante pesar na arte contemporânea, que já não produz coisas previstas, surgindo aí desafios da ordem de conservação e guarda das obras. Como guardar uma instalação? A arte contemporânea abre caminhos para reflexões desta ordem no campo da museologia.

O curador, outro produtor de discurso em uma instituição de arte, produz a primeira interpretação do trabalho do artista, constituindo-se em papel de autoridade no campo da arte.

O discurso da própria obra de arte - desacomodar coisas que se cristalizam na cultura.

Entre as principais ações do programa pedagógico, Luciano citou:
- formação dos mediadores
- publicação de material didático
- realização de oficinas

Outra ação muito interessante contada por Luciano foi uma ação de inclusão social realizada pela instituição junto aos moradores vizinhos, carentes,  proporcionando a inclusão social, configurando-se como um bom exemplo das ideias propostas por Gabriela Aidar a respeito da inclusão social em museus.

Uma grande aula, sem dúvida. Nada é tão produtivo do que conseguir estabelecer relações entre a teoria e a prática.



terça-feira, 27 de setembro de 2011

Texto Magali Cabral

Cabral inicia o texto abordando o conceito de cultura e de museu, defendendo a ideia de que a cultura é constitutiva e interpretativa, e que a museologia é a ciência dos fatos museológicos, que por sua vez constituem-se na relação entre o Objeto e o Homem. Cabral afirma também que o museu é uma instituição cultural que pode possibilitar que a grande diversidade cultural  seja revelada, sendo uma plataforma para um diálogo comum, que restaure as relações humanas.
Ao contrário de Maria de Lourdes Horta, que propõe um passo a passo para a educação nos museus, Magali Cabral diz que a educação não se faz a partir de um método, entendido no sentido de manual. Segundo ela, o método se faz de acordo com cada situação e cada grupo, em uma visão construtivista. Assim, a educação se dá através de um processo, e não de um método.
Outra questão abordada por Cabral diz respeito à situação dos visitantes quando visitam o museu, chamando a atenção para os três contextos que influenciam o visitante:
- o contexto pessoal: a bagagem pessoal que o visitante já possui
- o contexto social: se o visitante está só ou em grupo, como a equipe do museu irá interagir com ele.
- o contexto físico: compreende a arquitetura do edifício e as sensações provocadas pelas características do ambiente.
Conclui o texto lembrando que a educação para o patrimônio é uma forma de mediação que propicia a diversos públicos a possibilidade de interpretar bens culturais, atribuindo-lhe os mais diversos sentidos.

Atividade II - Mapa conceitual a partir do texto de Regis Ramos

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Texto A Danação do Objeto, de Regis Ramos

O texto de Ramos tem foco no ensino da história através do objeto, utilizando Paulo Freire como fonte de referência para a metodologia que propõe.
É importante ressaltar que, para Paulo Freire, educador brasileiro da década de 50, a educação perde seu aspecto formal, a educação se faz na coletividade, trazendo uma ideia diferente da chamada educação bancária vigente. Paulo Freire trabalha com o conceito de palavra geradora, sugerindo que cada aluno traga suas palavras geradoras, rompendo com o sistema dominante na alfabetização, o de emissor-receptor, e sugerindo um modelo dialógico de educação.
Regis Ramos transpõe essa metodologia para o museu, utilizando objetos geradores como método de ensino, lembrando que os objetos geradores devem fazer parte da vivência das crianças. Entretanto, Regis critica a visita ao museu que não explora o olhar, afirmando que, nem o museu e nem o educador estão preparados para educar através dos objetos, que poderiam ser melhor utilizados como instrumentos na educação. Ao longo do texto, refere-se muito à questão do tempo, fazendo constante relação entre o ontem e o hoje, para que as crianças aprendam a partir da cultura material, a partir da vivência de cada aluno.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Texto Blog Educacional: ambiente de interação e escrita colaborativa - questões para pensar

Sobre o texto Blog Educacional:ambiente de interação e escrita colaborativa, gostaria de deixar dois comentários. Primeiro, a respeito da afirmação da autora de que os blogs fazem parte de uma mudança de paradigma na comunicação: da mídia de massa para a interatividade, o que acontece também com outros meios anteriores à internet, como a TV e o rádio. Se a Teoria da Comunicação postulava na linha emissor - receptor, o que vemos hoje é uma comunicação onde todos são produtores e receptores.
O segundo tópico que achei importante fala sobre as alterações na linguagem que estão sendo cristalizadas na internet, o que pode tornar-se um assunto bastante polêmico...como fica o dito "bom português" neste novo meio que tem mescla a informalidade da conversa com a formalidade da escrita?